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Fotos: O ESTADO DE SÃO PAULO |
(letra e música: Achilles F. Abreu)
Arranca da face essa máscara,
Retira dos olhos a venda,
Embora te seja tão áspera,
Embora a verdade te ofenda...
Eu falo e não nego
Aquilo que sei... Eu sei quem sou
Sei bem onde estou
E sei aonde eu quero ir... Eu quero ir
Em terra de cego
Quem tem olho é rei... O Rei chegou!
Vinde, acorrei!
Quem não quer ver
Vai ter que ouvir... (vai ter que ouvir!)
O Rei chegou de longe,
Qual monge, em boa hora...
Agora vai p'ra onde
- Caconde ou Pirapora?
Nas trevas não floresce o espírito...
- Janelas e portas abertas!
Espanta teu semblante acrílico
E grita, bem alto, o que aperta!
Eu falo e não nego
Aquilo que sei... Eu sei quem sou
Sei bem onde estou
E sei aonde eu quero ir... Eu quero ir
Em terra de cego
Quem tem olho é rei... O Rei chegou!
Vinde, acorrei!
Quem não quer ver
Vai ter que ouvir... (vai ter que ouvir!)
O Rei chegou de longe,
Qual monge, em boa hora...
Agora vai p'ra onde
- Caconde ou Juiz-de-Fora?
Que sopre em teu rosto, tão gélido,
Um vento que forte te açoite...
Ou brilhe - um raio de sol, mesmo pálido,
E te desfaça da noite!...
O Rei chegou de onde -
Caconde? Pirapora?
Agora vai p'ra longe,
Qual monge, em boa hora...
Vai embora...
Vai embora...
Vai!
Esta canção fez parte da peça teatral "PICKLES", de autoria de Achilles F. Abreu, encenada uma única vez no anfiteatro da UNIFRAN-Universidade de Franca no ano de 1997, ou por aí. Não foram feitos quaisquer registros: áudio, vídeo, fotos ou mesmo redigido o texto. Além do elenco, colegas de turma do curso de Letras (Licenciatura) e algum professor são as fontes possíveis de informação sobre aquela apresentação.
A peça tinha como personagem central o homem simples do povo (interpretado por Paulo Sérgio) e propunha questões relativas ao trabalho, a alienação, a política e formas de governo (presidencialismo e parlamentarismo), proselitismo e agitação, tomada de consciência e participação, solidariedade.
Um ator coadjuvante (Josino), que dizia os versos desta canção (Em Terra de Cego), adentrava o teatro em meio à plateia, instigando-a, postava-se no procênio continuando sua fala, dirigia-se até o centro do palco para as últimas frases de sua parte endereçadas às demais personagens ali. E saia, pelos fundos, sem retornar jamais, deixando reverberar a provocação de sua personagem. (Nenhuma das personagens tinha um nome...)
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Paulo Sérgio é o segundo da esq. para dir. Josino é o quinto, mais ao fundo. |
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Fotos: Achilles F. Abreu |
De fato temos muitas coisas em comum, mais seus textos são sem dúvidas de alguém que sabe o que faz e o faz bem, ao tempo que os meus são meras visões de uma garota...
ResponderExcluirSeu dúvidas você é um artista por completo!
Parabéns!