(letra e música: Achilles F. Abreu)
Eu na rede...
Ela na teia...
Eu tão vazio e verde,
Ela madura e cheia.
Eu com sede...
Ela com fome...
Eu me aprisiono na rede,
Ela na teia se consome.
Esquece o nome,
Me diz nome feio,
Primeiro me faz Super-Homem,
Agora me planta no meio...
Não ouço o apelo
Que faz a razão,
Apenas arranco-lhe o selo
- Etiqueta de alto padrão.
Após interregno com "PÃO" e "WAVE", retomo o livrinho PICKLES, edição do autor, de 1985: à página 12 encontrava-se este ETIQUETA, eivado de machismo explícito, rasteiro. Os versos foram compostos em resposta a certa colocação ouvida "casualmente", e que se fez constar logo abaixo do título, naquela publicação ( quando "ser virgem é apenas uma questão de falta de oportunidade" - sic ).
Algum tempo depois, estava a passeio por Embu das Artes acompanhado de uma mulher jovem, bonita, fogosa, inteligente e formada em psicologia - psicanalista, com clínica própria bem montada, bem estabelecida, em São Paulo (no Alto da Lapa) - quando esta me pede para declamar alguma coisa ali, já que estavam ocorrendo, naquele momento, apresentações espontâneas de populares, de quem quisesse fazer uso da palavra, digamos, artisticamente (entenda-se: provocativamente), e recitei então os abomináveis versos de ETIQUETA. Que "mico" !
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