PICKLES, a peça teatral, foi alvo de críticas diversas, opiniões divergentes: desde a da aluna e colega que acusava o autor, diretor e produtor - no caso, nós - de colocar em cena atores "que não sabiam o que estavam a representar", até a daqueles que abertamente declaravam não ter entendido a mensagem (alguns ainda acrescentavam que apesar disso viam certo deslumbramento na estranheza do espetáculo pois, afinal, não eram afeitos a ir ver espetáculos teatrais - raros na cidade e mais raros ainda no ambiente escolar.) Houve ainda um ou outro que, sabe-se lá, juravam "de pés juntos" que tudo era muito claro, óbvio até, e que haviam apreciado ou não a peça, seja pela música (incidental), pela poesia, pela atuação do elenco ( formado por amadores), pela profusão de signos... Uma das professoras do Curso de Letras - Unifran (que ministrava Linguística - ou Teoria Literária? ou Semiologia? Isso, Semiologia, sem dúvida) cujo nome a memória não guardou, acorreu a defender o trabalho de arte apresentado.
De fato, mais importante do que o texto verbal em PICKLES é o texto não-verbal, icônico, imagético, justamente aquela profusão de signos... ainda que tenhamos sempre apreciado o texto (verbal) em peças de teatro. Como não se apaixonar pelos textos de um Édipo Rei, de Sófocles; de um Othelo, de Shakespeare; de um Senhorita Júlia ou um A Mais Forte, de Strindberg; de um texto de Moliére; de Nelson Rodrigues; de Tennessee Williams; dos autores italianos, russos, e tantos mais...
Mas em PICKLES, a peça, o que mais contava era de fato o que era mostrado; mais do que o que era dito. Assim é que uma das cenas mais emblemáticas da peça era a cena na qual um manequim de loja, feminino, tinha sua nudez gélida coberta com a bandeira nacional enquanto os atores recitavam e cantavam os textos a seguir:
"ORDINÁRIO... MARCHA!" "SEM TÍTULO" (ou Sul Fabril)
(letra e música: Achilles F. Abreu) Achilles F. Abreu
Toda essa gente Você me dá
Faz que não vê... Pipoca,
Vai sempre em frente, Eu lhe ofereço chocolate;
Não quer nem saber! A gente aí se toca
- Vê como o coração bate!
As coisas vão mal, Êta verso pueril!
Mas devem mudar...
- Espere sentado PARLAMENTARISMO
P'ra não se cansar!
Pau
Ou... -
brasil
Saia p'ra rua
E grite e destrua; Você me põe
Acabe com seu conformismo. Só risos,
Você me deixa de careta;
Salve! Salve! A gente já não tem juízo
A coisa anda mesmo preta
Salve o nacionalismo!
Êta canto varonil!
PRESIDENCIALISMO
Sul
Fabril
Com a cena descrita acima, sucintamente, buscava-se abordar dentro do contexto geral da peça PICKLES a necessidade urgente de fazer com que os filhos da Pátria, a Nação, fossem tomados de um sentimento de patriotismo, de nacionalismo, de brasilidade... que abandonassem o "analfabetismo político" (Berthold Brecht), engajando-se na discussão das questões políticas, econômicas e sociais, com responsabilidade. Procurou-se evitar ao máximo o tom panfletário...
Já dissemos alhures, penso eu, que esse aderêço de cena - o manequim de loja - fora gentilmente emprestado pelo Sr. Antonio Eustáquio, à época gerente de uma das lojas do Magazine Luiza em Franca,SP. Não poderíamos deixar de consignar nossos agradecimentos a essas pessoas (física e jurídica) pelo seu inestimável apoio à arte e à educação.
"ORDINÁRIO... MARCHA!" "SEM TÍTULO" (ou Sul Fabril)
(letra e música: Achilles F. Abreu) Achilles F. Abreu
Toda essa gente Você me dá
Faz que não vê... Pipoca,
Vai sempre em frente, Eu lhe ofereço chocolate;
Não quer nem saber! A gente aí se toca
- Vê como o coração bate!
As coisas vão mal, Êta verso pueril!
Mas devem mudar...
- Espere sentado PARLAMENTARISMO
P'ra não se cansar!
Pau
Ou... -
brasil
Saia p'ra rua
E grite e destrua; Você me põe
Acabe com seu conformismo. Só risos,
Você me deixa de careta;
Salve! Salve! A gente já não tem juízo
A coisa anda mesmo preta
Salve o nacionalismo!
Êta canto varonil!
PRESIDENCIALISMO
Sul
Fabril
Com a cena descrita acima, sucintamente, buscava-se abordar dentro do contexto geral da peça PICKLES a necessidade urgente de fazer com que os filhos da Pátria, a Nação, fossem tomados de um sentimento de patriotismo, de nacionalismo, de brasilidade... que abandonassem o "analfabetismo político" (Berthold Brecht), engajando-se na discussão das questões políticas, econômicas e sociais, com responsabilidade. Procurou-se evitar ao máximo o tom panfletário...
Já dissemos alhures, penso eu, que esse aderêço de cena - o manequim de loja - fora gentilmente emprestado pelo Sr. Antonio Eustáquio, à época gerente de uma das lojas do Magazine Luiza em Franca,SP. Não poderíamos deixar de consignar nossos agradecimentos a essas pessoas (física e jurídica) pelo seu inestimável apoio à arte e à educação.
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