quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

ODOYÁ !

ODOYÁ !

                                        "Sonhei que eu era um peixinho dourado
                                        Na beleza das águas vi um mundo encantado
                                        Vi sereia a cantar, Vênus que nascia da espuma do mar
                                        (...)
                                        Yê Yemanjá
                                         Iara Mãe d´água sereia Rainha das ondas do mar..."


          Hoje é 2 de fevereiro, dia dedicado a Iemanjá - um dos orixás mais populares.   Ficou gravado na memória (minha e de tantos) o samba-enredo da Escola de Samba X-9, santista, do qual reproduzo parte da letra, acima.   Fico devendo a menção à autoria deste que é para mim um dos mais lindos sambas de enredo de todos os tempos.   Àquela época os desfiles eram realizados na Avenida Vicente de Carvalho, na orla da praia, com grande afluxo de público.   Depois, foram transferidos para a Avenida N. S. de Fátima, na Zona Noroeste, com algumas vantagens - dentre outras, a preservaçao do belíssimo jardim que margeia toda a extensão da fantástica faixa de areia da orla marítima, jardim esse incluído no Guinness Book como o mais extenso ( e belo!).      
          Nascí em Santos, SP, sou praticamente (ou teoricamente) um caiçara.
          Nascí de berço católico, apostólico, romano.   Fui coroinha e rezei missa em latim.   Vestia aquela batininha e sabia de cor e muito bem o significado de um "sursum corda", um "Agnus Dei qui tolit peccata mundi", um "Dominus vobiscum", um "Deo gratias".   Em grande parte, graças à Dona Dagmar, minha saudosa e extremada mãezinha.
          Das quatro filhas do Sr. Laércio  e Dona Gertrudes, meus avós maternos, minha mãe foi católica praticante a vida toda.   Fez o bem.   Seja nas Pastorais (da Saúde, Carcerária, etc), seja acolhendo, orientando,  indicando e colocando pessoas no caminho de suas potencialidades.       
          As outras três irmãs dela, minhas tias Guiomar, Odete e Dirce tinham cada qual escolhido um caminho para o Alto.   Guiomar, morando nos Estados Unidos, protestante (anglicana); Odete, morando na Argentina, espírita (kardecista); e Dirce, morando no Brasil, umbandista.  
          Penso que todos os caminhos levam ao Alto, já que todos compartilham do essencial: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo".   Na política, que ainda não é mas poderia (deveria) ser forma suprema de caridade, conforme Santo Agostinho (ou seria São Tomás de Aquino?), isto é o bem comum.
          Sempre me assomou o pensamento o fervor evangélico, a ciência kardecista, o enlaçe telúrico umbandista.   Continuo católico, apostólico, romano, com espírito ecumênico e respeito pelas crenças de outrem.
          Hoje é 2 de fevereiro, dia dedicado a Iemanjá.   Salve!   Odoyá ! 


Para ouvir Leci Brandão, cantando Saudação a Iemanjá acesse o link http://youtu.be/KvhpFsXzOo0

2 comentários:

  1. Oi Vanessa Gonçalves! Não tenho certeza quanto ao ano em que esse samba-enredo foi pra avenida. Segunda metade da década de 70, talvez? Se uma hora eu tiver a informação precisa eu postarei. Grato pela sua participação. Queira desculpar o atraso em responder ao seu comentário.

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